WEB ARTISTA de JUNHO:

MILLIE NISS / USA

   
 
 
 
 

PORTUGUÊS:

1- BIO E INFORMAÇÃO:


Millie Niss nasceu na cidade de Nova Iorque, USA, mas mudou-se para a França com a idade de dois meses, e cresceu bilíngue Francês/Inglês. Retornou aos Estados Unidos com a idade de dois anos e meio, e então passou alguns verões na França. Mais tarde (1990), ela passou um ano estudando naquele país, para obter seu
baccalaureat C (em Matemática e Física). Millie foi então estudar na Columbia University em Nova Iorque, obtendo o BA em Matemática em 1993 com magna cum laude e admissão ao Phi Beta Kappa. Passou os dois anos seguintes estudando para o doutorado em Matemática na Brown University em Providence, RI, USA, mas teve que deixá-lo por motivos de doença. Mais tarde, ela fez um ano de graduação na escola de escrita criativa no Emerson College em Boston, MA, USA, mas também teve que deixá-lo antes de terminar.

Millie começou a programar computadores quando o seu pai comprou um Commodore VIC-20 in 1983. Este era um computador com um total de (4 !!) de RAM e ele trabalhava na sua televisão, com apenas 20 caracteres por linha... Millie (então com 8 anos) e seu pai aprenderam a linguagem BASIC juntos usando o VIC, mais tarde ambos passaram a usar uma máquina de linguagem (6502 Assembler). Seu maior projeto juntos foi re-escrever o processador de palavras para o Commodor 64 (um computador similar mas um pouquinho mais poderoso), a princípio apenas para adicionar os caracteres de acentuação da língua Francesa, depois para adicionar novas particularidades.

Millie Niss tem feito arte na web via computador desde 2000, quando ela descobriu o Flash e o HTML. Seu trabalho tem sido publicado em wordcircuits.com, bannerart.org, Rhizomes/hyperrhiz, Museum of the Essential and Beyond That, trAce, thirdplacegallery.org, e outros. A lista de suas publicações na web encontra-se em http://www.sporkworld.org/webpub.html. Desde 2001, Millie tem
mantido seu website http://www.sporkworld.org , o qual tem como foco a web art e a poesia (embora a poesia que está publicada nele seja meio antiga).

Os temas de trabalho em Sporkworld incluem cidades (especialmente Nova Iorque), doença mental, poesia contemporânea, política, e muito mais. Millie Niss apresentou um workshop sobre Poesia Sonora em Flash, em 2004, no trAce Online Writing Centre's Incubation3, Simpósio em Nottingham, Inglaterra. Também em 2004, um desenho de suas animações apareceu no livro de Rachel Greene — Internet Art — publicado por Thames & Hudson, série "World of Art".

Millie Niss também gosta de escrever poesia e prosa, e seus poemas e artigos têm sido muito publicados on line e menos em impressão tradicional, incluindo "The Buffalo News, Artvoice, The New York Times, Friends' Journal, New York City Voices (impressos ), and futhertxt.org, unlikelystories.org, Beehive, poetz.com, Big Bridge, sidereality, poetrysz, m.a.g., e outros (online). Ela adora ler poesias e novelas, especialmente trabalhos experimentais contemporâneos e alguns clássicos. Aprecia literatura pós-moderna e que não faz sentido ou que é escrita sem padrões de estilo. Millie Niss também é muito interessada em Ciência, Medicina, Matemática, e Ciências da Computação. gosta de basear seus trabalhos em idéias científicas ou técnicas e algorítmos.

   
 

2- Trabalho (s):

Spork, a "Gaivota" Esquizofrênica

No Museu do Essencial e do Além Disso:

Spork's Toilet > um dos banheiros do museu.

Para saber mais sobre Spork:

Visite o Website do Spork por Millie Niss

http://www.sporkworld.org/spork/




Spork, a gaivota (skua*) esquizofrênica é um cartoon pássaro criado por Millie Niss para criticar o modo (U.S.) como a sociedade cuida de pessoas com doença mental. Os cartoons Spork também pretendem evocar o tema literário do Absurdo, e tocar em outros temas sócio-políticos (por exemplo o tema do racismo que é comentado através do fato de Spork ser um pássaro numa sociedade domimada por humanos).

A personagem Spork é uma "gaivota" (skua - um tipo de pássaro do Ártico) que possui a doença da esquizofrenia, uma doença mental que faz com que as pessoas ouçam vozes que não são reais e tenham ilusões (convicções falsas sobre a realidade, freqüentemente de natureza paranóica). A primeira tira do cartoon (no The Spork York Times http://www.sporkworld.org/spork/sporkread.html ) ilustra a doença de Spork e a resposta da sociedade para ela. No mundo dos cartoons Spork, Spork é genuinamente doente e sofre pela sua doença. A crítica do site sobre o sistema de saúde mental não é baseada na idéia de Szaszian (ver "the wrong-headed book" de Thomas Szasz, "The Myth of Mental Illness" - "O Mito da Doença Mental") que a doença mental não existe ou é uma construção social que oprime a pessoa por etiquetá-la como doente. Spork realmente tem sintomas psicopatas, causada por uma doença mental. Mas a resposta do Sistema para enfermidade do Spork é opressiva e Absurda.



Os representantes do Sistema não vêem Spork como ele realmente é (num nível básico, eles não podem ver que ele é realmente um pássaro e então pensam que ele está agindo como um louco quando ele age como um pássaro), eles o trancam em hospitais sórdidos e tentam controlar a sua vida manipulando benefícios do governo, empurrando-o para participar de programas de tratamento estúpidos e a tomar drogas perigosas. (Contudo o ponto de vista do site não desaprova medicação psicotrópica em geral, ele apenas enfatiza que psicotrópicos podem ser perigosos e que os médicos devem prestar atenção ao perigo das drogas.) O Sistema é representado no mundo do cartoon através da pessoa de Miss Meddling, que reaparece em muitos papéis: assistente social, enfermeira, gerente de caso, etc. Toda a vez que Spork tem que ser "tratado" e controlado por alguém que não seja um médico, essa pessoa será Miss Meddling. (O nome Miss Meddling foi sugerido para Millie Niss por um paciente em um centro de saúde mental residencial onde a artista trabalhou como conselheira.) Spork é muito mais do que a sua doença, como todas as pessoas mentalmente doentes são, e ele é retratado como um pássaro inteligente e talentoso, cujo particular interesse é a segurança de computadores. O Sistema vê Spork somente como inválido e falha em não reconhecer o seu valor.

 
Miss Meddling

O coração do site de Spork são os cartoons (e secundariamente, os artigos) no "The Spork York Times". Tente clicar em várias palavras nas manchetes do "The Spork York Times" , os artigos, e cartoons. Estes contam a história básica Aventuras de Spork (Spork's Adventures). As páginas de "Spork's Living Room", Miss Meddling, e Peter Pong the Bipolar Pelican oferecem história e informação. A infância de Spork é contada na página "Spork's History" ( http://www.sporkworld.org/spork/origins.html ). Ela explica a origem de Spork e descreve o início de sua enfermidade, a qual teve causas biológicas e psicológicas.


Millie Niss experimentou comercializar Spork e consequentemente a chegar à Loja Spork . Ela tem feito e vendido cadernos de notas com as aventuras do cartoon Spork impressas neles; Spork T Shirts, imãs de geladeira e mais. O aspecto comercial de Spork foi planejado como um semi-irônico e semi-real exemplo de transformar arte em mercadoria.

* Qualquer dos vários pássaros do mar Ártico e Boreal do gênero Stercorarius que hostiliza os pássaros menores e pega a comida que eles soltam.

http://www.sporkworld.org/spork/skua.html

   
 

   
 

SEGUNDA RESENHA COLABORATIVA 2005

TRABALHOS:

SPORK, A "GAIVOTA" ESQUIZOFRÊNICA

http://www.sporkworld.org/spork/

http://arteonline/museu/bathroom/toilet.html

E

OULIPOEMS

http://www.sporkworld.org/oulipoems/

   
 

   
 

1- As Histórias de Spork de Millie

por EDWARD PICOT

   
 

Pode ser bastante difícil achar algo para dizer sobre o trabalho de Millie, porque à primeira vista parece decepcionantemente simples. A coleção de Spork não apresenta um grande show de realização técnica. A maior parte dele é em HTML em lugar de Flash, Director, QuickTime ou qualquer outro. É fortemente baseado em text , e o texto é apresentado de uma maneira muito direta: as palavras não se movem ao redor da tela, não existe nenhuma mudança do tipo das fontes ou do seu tamanho, nada colocado em camadas, nenhuma randomização de texto, nenhum pedido de interação ao espectador. Até os "hyperlinks" são relativamente raros. Em outras palavras, muitas das estratégias de mídia estão ausentes, e o que nós temos ao invés disso é algo que parece de modo quase surpreendente direto e acessível.

Neste contexto, uma das primeiras coisas que você nota é o humor. "Spork" é um nome engraçado, e o retrato de Spork no nível superior da "Home Page" é engraçado também - de olhos arregalados, aparentemente observando adiante e nos encarando como seu olhar fixo. Todavia existe a pequena animação na parte inferior da Home Page, intitulada "O Palco do Spork", que mostra Spork caminhando para cima e para baixo num tapete vermelho, aparentemente falando sem parar sem nunca parar ou olhar para o seu público. O texto abaixo nos informa que "Spork arrisca ser preso ou internado porque ele se dirige as massas de hippies e as pessoas sem casa em Washington Square Parque comentando sobre as condições do doente mental hoje. Ele não obteve uma licença para fazer um evento público e nem o seu tapete está dentro das medidas oficiais ..."

Uma das interessantes características sobre o humour aqui é que é absurdo, mas esse absurdo segue em duas direções diferentes - tanto em direção a Spork como em direção das autoridades que o ameaçam com a prisão. A idéia que deveria existir um "tamanho de regulamento e altura" para um tapete onde alguém discursa é ridícula, claro, e sugere ligeiramente uma situação Kafkaniana de natureza burocrática contra o que Spork pensa ele mesmo em razão de sua doença mental. Mas o jeito pelo qual ele caminha compulsivamente de cima para baixo em sua tira de tapete, murmurando distante sem prestar muita atenção para o seu público; e o fato de que ele está lá sem uma licença, correndo o risco de prisão ou condenamento qualquer, não só porque ele é muito desorganisado para lidar com a papelada relevante, ou porque sua necessidade opressiva para ter alívio o está forçando a se comportar desse jeito, qualquer que sejam as conseqüências; esses pequenos detalhes são altamente sugestivos sobre a vida interior de Spork; e eles também nos revelam isso, embora Millie esteja claramente do lado de Spork, ela não se sente propensa para sentimentalismos, fingir que sua loucura não existe ou é realmente um presente que "pessoas comuns" são muito enfadonhas para entender.

Na "História do Spork", Millie nos conta que a mãe do Spork o rejeitou quando ele nasceu porque ele "tinha duas vezes o tamanho normal e porque suas penas estavam coloridas em Crayola-primária amarela o que não contribuia em nada para se camuflar na neve ... e aquela antena-- ugh!" a cor do Spork é importante porque o separa das outras "Gaivotas": Millie ironicamente criou um "link" na "História do Spork" para outra página da Web intitulada "Spork Comparado com uma "Gaivota Normal", que mostra um de seus desenhos amarelo claros de Spork próximo a uma fotografia de uma desalinhado - pássaro marrom cinzento. Spork não pode disfarçar: sua diferença em realação ao outros pássaros de seu gênero não pode ser camuflada. Mas a frase " Crayola amarelo primário" também sugere um par de outras coisas. Primeiramente sugere uma qualidade pueril. Crayola é uma marca famosa de craions de cera de cores brilhantes - comumente usados por crianças muito pequena s que são sabem desenhar bem. A coloração amarelo primária do Spork o etiqueta como eternamente criança!, eternamente ingênuo e compulsivo no modo como ele pensa e faz coisas, eternamente incapaz de reprimir, mediar ou disfarçar seus pensamentos e sentimentos de se conformar. Secundariamente, a frase pode ser relacionada a simplicidade pueril aparente com que Millie desenha e anima Spork - sempre em cores brilhantes, sempre em uma forma plana simples, sem qualquer sobreamento - e por aquela simplicidade aparente com que as partes diferentes da história de Spork são apresentadas. Se você olhar para outras partes de "website" da Millie (que é chamado SporkWorld, afinal) você verá que o seu senso de "design" é sempre não convencional e individualista - mas em nenhuma parte mais do que nas páginas dedicadas para a história de Spork - essas páginas têm uma qualidade particularmente intensa que reflete a personalidade do Spork.

Então há a antena do Spork.A "História do Spork" conta claramente que sua antena é virtualmenteo mesmo que sua identidade, pelo menos em sua própria mente: "Minha antena sou eu!" ele grita quando sua professora, Ms Meddling, explica que será uma desvantagem quando ficar mais velho e que deveria ser cirurgicamente removida. Mas o fato é que o curioso apêndice em cima de sua cabeça é sempre chamado de uma "antena" e parece implicar que ele receber informações que outras pessoas (ou pássaros) não podem ouvir. Às vezes Spork ouve vozes - "As vozes continuaram até quando ele tampou suas orelhas. a partir daquele momento, Spork era atormentado por vozes cruéis..." - e o mero uso da palavra antena nos leva a perguntar, sem que qualquer coisatenah sido explícitamente dita, se estas vozes estão vindo de em algum lugar fora dele em lugar de serem apenas ilusões. Mas a antena não só carrega material para dentor da cabeça do Spork: ela cresce para fora de sua cabeça descontrolada como uma idéia louca - enorme, de cor brilhante, excêntrica. Parece simbolizar os pensamentos do Spork, suas compulsões, sua vida interna. Ela o fazser o que ele é, dá a ele suas habilidades peculiares, mas ele também o marca , como a marca de Cain.

É a terrível ameaça de Spork perder a sua cabeça que dá origem a uma das mais fascinantes passagens na "História do Spork":

"Spork foi embora de casa porque ele não podia agüentar ter um pedaço de seu corpo removido. Era parte de sua identidade. Ele começou a voar de volta para o Ártico, imaginando como seriam os seus pais biológicos e se eles pareceriam com ele. Como ele voou e caminhou através da vizinhança que ele tinha sempre conhecido, ele descobriu o que nunca tinha suspeitado:Todos queriam cortar a sua antena... Também começou a ouvir pessoas o insultando ... Desde esse tempo, Spork foi atormentado por vozes cruéis as quais o insultaram e comentaram sobre a sua vida. Elas soaram como gente real falando sobre ele ou com ele, mas outras pessoas disseram que as vozes estavam "todas na sua cabeça" e os médicos o diagnosticaram como esquizofrênico."

As tentativas de spork para proteger a sua identidade o direcionam para a solidão, e o esforço de fazer isso o conduzem a um momento de "insight" quando ele de repente constata como as outras pessoas se sentem em relação a ele. Mas essa descoberta genuina esvaece em ilusão. Parte do poder e ambiguidade da passagem deriva do fato que Millie nunca torna claro onde termina o "insight" de Spork e suas ilusões começam. Ma este estado de ilusão o conduz a ser etiquetado como esquizofrênico, e essa etiqueta permite que as autoridades to pigeonhole, manipular e medicá-lo. Ele consegue preservar a sua antena, em outras palavras, mas só para prejudicar a sua relação já-precária com a sociedade.

O que Millie administra nas histórias de Sporké fazê-lo uma personagem simpática mas sem sentimentalismos, e mostrar - nos insensível e freqüentemente mal liderada natureza das autoridades médicas e sociais com as quais ele tem que lidar, sem tentar minimizar ou esconder o fato que existem vezes em que ele realmente necessita de ajuda. Provavelmente somente alguém com experiência de doença mental poderia ter escrito essas histórias . Elas não são trabalhos de arte perfeitos. Existem vezes em que a ansiedade de Millie em esclarecer seus pontos de vista a levam a prejudicar a narrativa -

"Pong não discute que não deveria existir nenhum internamento involuntário.. Mas ele diz que as leis atuais tornam fácil internar pessoas e muito fácil mantê-las internadas por longos períodos . 'Pense no dinheiro do contribuinte [dos planos de saúde] isto é desperdício,' ele disse , 'Mais de $ 1000 por dia é um escândalo real!-!'"

Millie tem certamente trabalhos mais formalmente perfeitos em outros lugares. Mas existe o sentido que uma coleção de histórias mais tecnicamente correta teria sido inadequada para a matéira em questão. Com a simplicidade excêntrica das caricaturas e ilustrações de Millie, ou com o inconvencionalidade individualista dos desenhos de sua página, as excentricidades de seu estilo de escrever parecem combinar perfeitamente com a personalidade de Spork. Em todo o caso, seu estilo, em tudo o que ela faz, é individual como uma impressão digital, e nós devemos ser gratos à WEB que está deixando que pessoas como Millie a encontrar seus nichos e fazer-se escutar, considerando que os meios de publicação offlineconventional offline teriam indubitavelmente os ignorado ou tentado modelá-los em imitações de outra pessoa.

   
 

   
 

2- Millie Niss agradece a Edward Picot

por Millie Niss

   
 
Prezado Edward:

Obrigado pelos generosos e longos comentários sobe Spork...

A razão pela qual o trabalho não é sofisticado tecnicamente é porque eu era muito tecnicamente não sofisticada quando o produzi, e essa é uma série antiga (embora eu tenha acabado de colocar no "site" a terceira tira , o "bonus" cartoon). Então seu criticismo é muito bom. Espero algum dia fazer Sporkismos mais burilados (e, de fato eu tenho um modelo animado de Flash para o Spork, no qual utilizei comandos de Action Script e onde alguém pode mover cada parte doseu corpo individualmente, mas eu não utilzei ainda essa peça), mas eu não tenho trabalhado em spork há muito tempo.

Nós também poderíamos lembrar que a web.art era muito nova was pretty em 2001, quando eu fiz isso. Os desenhos foram feitos em Flash (e alguns em Freehand), e naquele tempo, imagem mapas (a técnica onde você clica em diferentes partes da imagem para obter diferentes "links", com nas páginas do jornal) era verdadeiramente muito nova. Muitas pessoas não tinham o Flash Player instalado (razão pela qual eu transformei minhas imagens Flash em gifs e coloquei-as em páginas html, em vez de ter botões em Flash para paginar as tiras).

É um pouco perturbador, porém, que um trabalho possa ser classificado com simples see le só usa HTML em vez de fantasias e webismos, porque isso é um pouco como dizer que a prosa comum é simples porque ela não é hypertexto ou pinturas são simples porque elas não são filmes. Penso que HTML é um gênero como qualquer outro, "realizado e bem feito" HTML deveria ser tão aceitável quanto qualquer outro meio, agora e sempre. Spork é realmente meu mais antigo trabalho e ele não é completamente realizado e bem feito. Imagino que é a isso que você está reagindo e não ao fato de ser HTML.Tenho alguns hypertextos simples, alguns em assuntos semelhantes, os quais eu penso que são mais bem feitos (pelo menos eu espero) porque quando os fiz eu já sabia melhor como trabalhar uma página WEB.(e.g. http://www.sporkworld.org/bedlam/ ).

Eu realmente aprecio a sua análise do caráter de Spork. Penso que você colocou issomuito claramente. Estou feliz que você entendeu que Spork - realmente é - doente , mas que isso não deve permitir que as autoridades procedam como procedem. O sitema de saúde mental é Kafkniano e Absurdo, mas Spork inão é um pássaro são tratado como doente mental, ele é um paciente mental tratado como um paciente mental (ou tratado como a sociedade vê os doentes mental).Penso que você realmente percebeu como o humor (e também o lado político) da coisa depende de compreensão. (Incidentalmente, as personagens de Kafka não são realistas, pessoas racionais transladadas para um mundo bizarro e injusto, eles são produtos do mundo bizarro e injusto onde elas estão, por exemplo Gregor Samsa passa metade "Metamorphosis" seriamente preocupado em pegar o trem mesmo que ele esteja transformado em um inseto gigante e não possa ir para o trabalho. ) Millie

P.S. Imagino que o trabalho em si mesmo não esteja organizado do modo como eu o vejo, no sentido que sei que fiz primeiro as três tiras de cartoon (e fiz versões impressas delas e para mim o "website" foi o veículo para mostrar as tiras de cartoon. Penso que as tiras (e a história de Spork) são as únicas partes completamente realizadas do todo. Para mim as outras páginas são apenas material de background, o qual algum dia eu posso tentar aperfeiçoar Isso pode ser uma lição para mim, o que acontece quando você disponibilza trabalho de qualidade misturada --- você não pode contar com que os leitores enfoquem aquilo que parece ser central para o artista. Fico imaginando se deveria ter limitado o meu site justamente a página a qual conduz aos jornais e cartoons. Eu não sei ...

   
 

   
 

3- Edward Picot responde à Millie Niss.

por Edward Picot

   
 
Prezada Millie -

Não desejo deixar você com a impressão que as histórias de Spork são "inaceitavelmente simplistas" - pelo contrário. O que eu estava tentando dizer é que embora elas pareçam simples e acessíveis na superfície, há realmente muito acontecendo quando se começa a olhá-las em profundidade. E as palavras "simples e acessíveis" não são de modo algum críticas em meu vocabulário. Uma das coisas que admiro no seu trabalho é que você não o faz parecer complicado somente para surpreender o seu público com a sua ousadia técnica. Muito pelo contrário, você faz ele parecer mais simples do que realmente é.

Estou muito consciente, certamente, que você tem feito outros trabalhos desde Spork os quais são muito mais avançados tecnicamente. Nas histórias de Spork você usa HTML e um pouco de Flash e isso está relacionado com o que você está tentando dizer -- em outras palavras, a técnica está sempre a serviço do assunto, em vez do contrário - e nos seus trabalhos mais avançados tecnicamente, tão distante quanto posso lembrar, o mesmo pode ser aplicado. E isso, para mim, é o que é realmente importante numa obra de arte, se é tecnicamente primitiva ou tecnicamente avançada: integridade, coerência, a sensação de que os meios de expressão estão completamente afinados com o que está sendo expresso. Sob esse ponto de vista existe uma real unidade de sentir entre a pintura feita por um homem da caverna e um trabalho de nova mídia interativa feito por Jim Andrews: eles estão ambos fazendo a sua tarefa com o melhor de sua habilidade e dos meios à sua disposição.

-Edward

   
 

   
 

4-O Mundo de Spork

por REGINA CÉLIA PINTO

   
 

Conheço o site / projeto http://www.sporkworld.org há bastante tempo e o visito com regular frequência. Entre outras muitas obras, sempre admirei o cartoon Spork, que dá nome ao site / projeto. O Museu do Essencial e do Além Disso muito se orgulha de ter um dos cartoons Spork em exposição permanente na Galeria WC. Se vocês acessarem - vocês vão encontrar uma aventura de Spork que Millie Niss criou especialmente para os banheiros de nossa instituição - O "Toilet" relata uma aventura de Spork em uma praia americana.

Desde criança admiro esse tipo de cartoon com desenhos descomplicados - a Luluzinha foi uma das grandes heroínas da minha infância. Muito me diverti com suas aventuras e com a constante culpabilidade do pai da Luluzinha enquanto investigado pelo "Aranha" (Bolinha). É interessante dizer que a criadora da Luluzinha - Marge Henderson Buell - foi uma mulher pioneira na área do cartoon ...ela criou a Luluzinha em 1935.

Assim como a criadora da Luluzinha só poderia ser uma mulher, acreditamos que apenas Millie Niss poderia criar Spork. Admiro o cartoon Spork não só pelo que foi dito até aqui mas também por duas razões muito especiais: o senso de humor - uma característica de Millie Niss - e a maneira como a artista utiliza esse senso de humor para denunciar assuntos muito sérios relacionados com as doenças mentais. Spork foi planejado por Millie Niss para ser um cartoon para adultos e tudo está muito bem explicado no website Sporkworld:

"Por que Spork é um Cartoon?

Eu quis fazer um site sobre uma pessoa mentalmente doente passando todas as dificuldades com o sistema e com a enfermidade que pessoas mentalmente doentes têm de suportar -- hospitalizações, problemas com o "Social Security" e "Medicaid/Medicare", vozes, depressão, mania, paranóia, estigmatização pelos amigos, discriminação no emprego, etc., entretanto me pareceu que a história seria horrivelmente depressiva (não no sentido clínico, certamente) ou sordidamente falsa (se a personagem conseguisse superar todas as dificuldades). Eu quis humor no me "website", e também um lugar para lançar idéias sérias."

Desde Bosch com " A Cura da Loucura" e "A Nau dos Loucos" até os nossos dias, a loucura tem ocupado muitas vezes o imaginário plástico e literário.

"A Cura da Loucura" de Bosch
 
"A Nau dos Loucos" de Bosch

Sendo que "A Nau dos Loucos" não foi assim tão imaginária. No cenário da Renascença, aparece a "Narrenschiff", peça literária, baseada com certeza nos argonautas, tema mítico ressuscitado nessa época. A partir dela outras naus aparecem, sempre com os navegantes indo numa viagem simbólica, em busca da fortuna, que nem sempre é encontrada mas, muitas vezes, permutada pelo encontro do DESTINO ou da verdade. Essas naus imaginárias tinham seu representante no mundo real: eram os barcos que levavam a sua carga humana de uma cidade para outra. Os loucos viajavam neles - a verdade é que as cidades não os queriam - os expulsavam, deixavam, que corressem pelos campos distantes, os confiavam a mercadores ou peregrinos ou como ocorria freqüentemente , eram confiados a barqueiros. No entanto, eles não eram enxotados das cidades de forma sistemática. Nessa mesma época, em algumas partes eles já eram recebidos nos hospitais e tratados como loucos. Imagina-se que a as naus tivessem o sentido simbólico da busca da razão. Confiar os loucos aos marinheiros era a certeza de que eles não ficariam vagando junto aos muros das cidades - eles seriam prisioneiros de sua própria partida.

"É um prisioneiro no meio da mais livre , da mais aberta das estradas : solidamente acorrentado à infinita encruzilhada. É o passageiro por excelência, isto é, o prisioneiro da passagem" (Michel Foulcaut)

Parece que muita pouco mudou desde "A Nau dos Loucos" e Spork denuncia isso. Hoje podemos dizer que existem instituições para cuidar de pessoas que são consideradas uma ameaça para si mesmas e para a sociedade: os hospitais para doentes mentais. essas instiuições habitualmente instituem uma barreira à relação social com o mundo externo através de portas fechadas, paredes altas, arame farpado, fossos... Geralmente os internados vivem na instituição e mantêm pouco contacto com o mundo exterior.

O internado também não tem conhecimento nenhum de decisões quanto ao seu destino. O novato chega a um estabelecimento desse tipo com uma bagagem cultural e com uma concepção de si mesmo. Mas assim que entra numa dessas instituições começa uma série de rebaixamentos e profanações do Eu - o internado é reprogramado através de um conjunto de prescrições e proibições e de um pequeno número de de prêmios e privilégios obtidos em troca de obediência das regras.

"O Sr. Spork disse ao nosso repórter que ele estava sendo penalizado por não escovar suas penas. A enfermeira que o ordenou para escovar estava ciente que pássaros não escovam as penas, e ainda assim ela insistiu que ele fizesse isso e conseguiu que o doutor ordenasse uma dose extra de medicamento quando ele recusou. Como todos devem estar cientes em nossa sociedade multi-étnica, pássaros se limpam tomando banhos de terra e tendo a ajuda de seus companheiros para catar piolhos com seus bicos. Obrigando o Sr. Spork a usar um pente ou escova o estariam forçando a suprimir a sua identidade de pássaro."

Lendo-se as Histórias de Spork e conhecendo-se de antemão algum textos sobre a loucura constata-se que os cartoons Spork possuem um forte embasamento teórico. Niss oferece esse conhecimento de uma maneira extremamente criativa e bem humorada, de maneira que torna-se fácil para qualquer um entender os problemas da "gaivota" esquizofrênica. Constata-se então que a personagem Spork é feita dos pensamentos e sonhos e humor de Millie Niss e que no cartoon Spork a loucura é extrema lucidez.

Bibliografia:

FOUCAULT, Michel. A História da Loucura. São Paulo, Editora Perspectiva, 1987.
GOFFMAN, ERving. A Representação do Eu na vida Cotidiana. Petrópolis, vozes, 1985.

   
 

   
 
5-O comentário de Millie e a resposta de Regina:
   
 

Regina,

Obrigada pelo seu comentário, o qual eu realmente gostei.
O texto de Goffman é realmente importante. É o livro que você cita um que em Inglês é chamado simplesmente "Asylum"?
Ele tem excelentes informações sobre como as instituições transformam seus internos.
Estou feliz de você entender Spork tão bem!

Millie

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Millie,

Estou muito feliz por você gostar do meu texto sobre o seu trabalho! ;-)
O livro de Goffman é : "A Representação do Eu na Vida Cotidiana" - realmente excelente!

O Mundo de Spork (2) está chegando!

Regina

   
 

   
 

4-O Mundo de Spork (2)

por REGINA CÉLIA PINTO

   
 

Embora Edward Picot tenha feito uma análise perfeita da personagem Spork, aqui estamos novamente tentando um outro olhar sobre essa "engraçada" e muitas vezes trágica personagem criada por Millie Niss. Em nossa opinião uma verdade se constrói através de múltiplos olhares.

Sendo Spork uma ave marinha obstinada logo nos surge a imagem de uma outra, muito conhecida e também obstinada:

"Para a maioria das gaivotas não era voar o importante, mas comer. Para essa gaivota, porém, comer não era o que importava, mas voar."

"Mas lá ao fundo, sozinho, longe do barco e da costa, Fernão Capelo Gaivota treinava. A trinta metros da superfície azul brilhante, baixou os seus pés com membranas, levantou o bico e tentou a todo custo manter suas asas numa dolorosa curva. A curva fazia com que voasse devagar, e então sua velocidade diminuiu até que o vento não fosse mais que um ligeiro sopro, e o oceano como que tivesse parado, abaixo dele. Cerrou os olhos para se concentrar melhor, susteve a respiração e forçou ... só ... mais ... um ... centímetro ... de ... curva ... Mas as penas levantaram-se em turbilhão, atrapalhou-se e caiu."

Richard Bach

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"Spork foi enviado repetidas vezes para o tratamento de modificação de comportamento por causa do seu "comportamento impróprio e inadaptado' que consistia em gorjear, comer, e insistir que ele era um pássaro e podia voar. Seu gerente de caso, enfermeira, e assistente social (ela reaparece em vários disfarces ao longo de tratamento do Spork) nunca olhava para seus pacientes com uma mente aberta o suficiente para realmente vê-los, então ela nunca percebeu que Spork realmente era um pássaro..."

"Mas Spork, apesar de sua doença mental é uma das poucas pessoas que têm acesso a um computador especial do governo, pesquisando os vírus de computador e lutando contra novos ataques. Spork é brilhante em segurança de computadores. Ele também faz fotografias em branco e preto e ocasionalmente um pote de cerâmica num torno que comprou quando Eles pensaram que ele era maníaco. Spork consegue reconhecimento e até alguma fama pelo seu trabalho com anti-vírus. Às vezes ele vende fotografias e cerâmica, mas ele faz estas coisas por si mesmo,
para provar que não está totalmente inválido como o doutor que lhe concedeu inaptidão declarou: "Para sempre e completamente inválido, Nenhuma chance de algum trabalho criativo," não para obter dinheiro ou prestígio."

"Spork estava consciente do contraste entre o modo pelo qual o sistema de saúde mental o tratava (como se ele fosse alguma coisa entre um criminoso de carreira e um retardado com a idade mental de três anos) e o grande respeito que tinham por ele muitos clientes. Ele também se ressentia de que não fosse possível cobrar um preço de mercado pelos seus serviços de consultoria porque isto o faria perder seus beneficios por invalidez, dos quais ele dependia para cuidados médicos e moradia. Então ele se juntou ao movimento do consumidor (o movimento político das pessoas mentalmente doentes que tinha por objetivo melhorar seu tratamento pela sociedade), onde ele fez amigos como o Pelicano maníaco depressivo, chamado Peter Pong."

Millie Niss

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O que as duas histórias evidenciam é a dificuldade - em qualquer sociedade - de quem é diferente. E as duas aves se destacam por serem obstinadas na aceitação dessa diferença, lutando para preservá-la e agir de acordo com as suas identidades e objetivos. Mas elas também se opõe diametralmente - se Fernão Capelo passa esperança, podendo sua história quase ser considerada uma mensagem de auto-ajuda; a mensagem de Spork é muito mais real e denota a quase total impotência de um doente mental diante dos vícios, preconceitos e ambigüidades da sociedade e do sistema de saúde mental americano (?).

O fato de Spork ser terrivelmente consciente de suas próprias limitações e das sua possibilidades torna a narrativa ainda mais atraente. Porém o que mais me encanta é a própria ambigüidade dele, decorrente do fato de ser um cartoon: Spork é uma ave que não gosta de escovar as penas, gorgeia, voa e por isso é penalizado pelo sistema que não acredita que ele é uma ave, mas ao mesmo tempo ele tem características totalmente humanas, é um profissional sério e requisitado pelo próprio governo americano. Possui problemas financeiros, faz fotografia e cerâmica, junta-se a movimentos políticos de sua classe. Essa ambigüidade é de um senso de humor incrível e, ao mesmo tempo nos instala dúvidas:

- Afinal, quem é realmente Spork, onde termina o Spork e começa o delírio?

Outro ponto interessante é a criatividade de Spork e a pobreza de atividades criativas que Miss Meddling (Miss Intrometida) lhe oferece:

"Miss Meddling deseja que Spork desista de sua vida ativa e vá para um programa diário e faça mocassins e cole botões em vidros de maionese..."

Nesse ponto da resenha, abro um parêntese - nunca me esqueço da emoção que senti quando pela primeira vez vi uma exposição dos objetos artísticos do esquizofrênico paranóide e artista genial Arthur Bispo do Rosário, brasileiro de Sergipe que viveu durante cinqüenta anos internado na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. A exposição se chamava "Registros de Minha Passagem pela Terra" e ocorreu em 1989.

Arthur Bispo do Rosário
 

Posso imaginar Bispo do Rosário em sua cela pequenina, provavelmente a imagem da desolação, construindo seu mundo aos pouquinhos, recolhendo seus fragmentos, colocando uma nova ordem nele. A linha azul que tudo envolvia, mumificando os objetos reais, fazendo- os casulos para uma passagem que nunca chegava. O louco artista fez surgir um universo do nada, criando com materiais tão pobres, tão precários suas capas e mantos, mapas/estandartes bordados, construções, barcos, faixas e cetros de misses - uma obra completamente contemporânea feita por alguém completamente distante de qualquer informação artística.

Manto de Apresentação - Tecido bordado. 118. 5 x 141 x 20 cm.
 
Roda da Fortuna - Madeira, metal, plástico, tecido. 69 x 55 x 24 cm.
 
Estandarte
 
Como devo fazer um muro no fundo da minha casa - Cimento, madera, vidro. 12 x 50 x 6 cm.
 
Miniaturas - Tecido, linha azul, madiera, plástico
 

Em Bispo do Rosário, mais do que nunca a Arte atinge uma missão regeneradora - um anti-destino, que começa quando ele organiza os fragmentos de seu mundo destroçado e os organiza de uma forma nova, mais coerente, capaz de corrigir as imperfeições desse mundo.

Links:

http://www.proa.org/exhibicion/inconsciente/salas/id_bispo_1.html

http://www.oedipe.org/fr/spectacle/bispo

Para terminar duas perguntas e uma sugestão.

Perguntas:

1- Vocês concordam que o fazer artístico tem uma função regeneradora no que diz respeito ao tratamento com doentes mentais?

2- Vocês classificam os trabalhos produzidos por um doente mental como Arte?

Sugestão para Millie Niss:

Adoraria ver um novo cartoon do Spork em que as perguntas acima fossem o foco da narrativa.

   
 

   
 

Os associados da Newsletter respondem:

(As respostas estão dispostas por ordem de chegada.)

I- Paulo Villela (BR):

1- Fazer artístico com função regeneradora é simplesmente terapia ocupacional.

2- Pode ser... "O que caracteriza a obra de arte é a eterna presença na coisa daquela carga de amor e de saber que, um dia, a configurou" - esta é uma definição altamente satisfatória, de Lucio Costa, que enseja considerar arte a produção de pessoa irracional que tenha tido o saber e a intenção. É o caso de Bispo do Rosário e de uns poucos mais.

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II- Elizabeth Curtis (UK)

Minhas respostas para suas questões sobre saúde mental e arte.

1. Arte e criatividade podem ajudar pessoas afetadas por doenças mentais a encontrar uma saída para as suas emoções. Arte é o meio de expressar sentimentos quando não é fácil encontrar palavras. Os trabalhos artísticos criados por pessoas com problemas de saúde mental podem dar para uma outra pessoa uma imagem clara do que é a vida para alguém assim, apreendendo e reduzindo o estigma freqüentemente associado com saúde mental, quebrando barreiras para o conhecimento desses problemas. As exposições de arte criada pelas pessoas com problemas de saúde mental ajudam a sua reintegração na comunidade.


2. Pessoas com doença mental não devem ser julgadas pelo seu diagnóstico e seus trabalhos artísticos devem ser julgados pelos seus méritos.

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III- Muriel Frega (AR)

1) Tanto el arte como la cocina, la música, escritura...deportes, cualquier actividad que alimente al alma puede ser usada con fines terapéuticos.


2) Cualquier ser humano puede hacer arte, lo que no significa necesariamente que ese ser humano sea un artista. Son dos cosas distintas. Incluso hay gente que no es artista y hace mejores trabajos de arte que los que dicen llamarse artistas! ,-)

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IV- Isabel Saij

1- De uma certa forma nós somos todos pacientes mentais. Alguns de nós presos ao sistema psiquiátrico, outros sendo capazes de sobreviver sozinhos, mas com outras muletas: remédios, drogas, álcool, tiques, obsessões, o grande sentimento de ter uma mente equilibrada... e assim por diante. Fazer Arte tem sempre uma função regeneradora. em minha opinião. Isso canaliza pulsões, um largo espectro de emoções e algumas vezes experências muito perturbadoras e tristes as quais podem fazer a vida insuportável se não suavizadas por atividades intelectuais e criativas ou trabalhos interessantes, que não são mais que uma terapia ocupacional para todos, na vida do dia a dia.


2-
Os trabalhos produzidos por pacientes mentais são uma contribuição para a Arte e são Arte. Posso dar um exemplo com Gugging. Ele é um hospital psiquiátrico perto de viena (Áustria). O psiquiatra Leo Navratil deu um estúdio para pacientes esquizofrênicos, considerando que suas criações tinham mais qualidades que trabalhos feitos simplesmente durante uma terapia ocupacional. entãoalguns deles começaram a desenhar e pintar em 1960 e tornaram-se mais e mais famosos, como Johan Hauser, August Walla, etc... (Somente homens até onde eu sei!) Vejam o link:

http://www.gugging.org/haus/index.html

Vi uma exposição durante o "Art Cologne" numa galeria alemã. Muitos objetos / esculturas...maravilhosos trabalhos de "art bruit", feitos com materiais simples mas muita habilidade. Os pacientes mentais têm talento e menos censura do que nós temos para expressar pulsões. Eu gostaria de assinalar um ponto: a atitude do sistema de arte que lida com seus trabalhos... Aconteceram exposições na Europa, nos Estados Unidos e no apão (1980 / 1990), mas será que eles conseguem entender o que está acontecendo, e quem ganha dinheiro nesse caso?

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V- David Daniels

Prezados amigos,

Nós somos todos pacientes mentais em todos os sentidos.

A Terra é um hospital psiquiátrico grande.

Dentro do assunto é a morte.

Fora do assunto é a vida.

Nós devemos todos parar de fingir que somos melhores do que qualquer outro.

Ou que uma coisa é melhor do que outra.

Não há bem ou mal. Existe somente a vida.

Seu amigo,

David

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VI- Joesér Alvarez

1- Eu concordo, tanto é que melhorei muito ultimamente, estou até mais regenerado...

2-

a classificação ou não
no patamar Arte
cabe ao "especialista"
ao xamã cura.dor
o dom atribuído
cujo olhar balsâmico
instaura o dito valor

se é doente ou não
a fiat lux da prima opera
quem dita, cura a dor?

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VII - Clemente Padín

1- Sí, no sólo para los así llamados "enfermos mentales" sino para cualquiera de nosotros, artistas o no. Muchos de nuestros grandes artistas bordearon peligrosamente los límites entre la insanía y la salud (de acuerdo a los parámetros que, por convención, se establecen en cada época). Recordemos a Van Goh, a Antonin Artuad y tantos otros. Incluso los surrealistas llegaron a declarar al loco el verdadero "visionario del espíritu" por estar más cerca de lo pulsional y subjetivo (lo surreal). Tampoco dejemos de lado esas "locuras transitorias" que provocan el alcohol, algunas especies de hongos y las drogas en general generadoras, en algunos casos, de obras sobresalientes. Claro, son "locuras" según el patrón de valores que establecen los "medios" y sus mecenas , las coorporaciones que necesitan un tipo medio de ser humano saludable mentalmente para consumir sus productos). Además, el arte está más cerca de la locura que de la "salud" (entre comillas). Sobre todo cuando la creación es radical. ¿Qué artista puede afirmar que está en sus cabales o bajo control cuando está creando?

2- Por supuesto que pueden ser obras de arte en el sentido en que, funcionalmente, son expresiones simbólicas de la realidad, aunque esta realidad esté alterada por sus alucinaciones y percepciones transtornadas. Pero, aún por ello, tal vez, más ricas y más cercanas al verdadero ser del mundo. Por otra parte, a quién le compete determinar si una persona es o no es un "enfermo mental". En caso todos los casos a otros médicos que han sido moldeados en la impronta ideológica del sistema que les señala a quien hay que aislar por su supuesta locura de acuerdo a canones relativos históricamente y condicionados económicamente.

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VIII - Millie Niss

(Sendo traduzido.)

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IX - Martha Deed

(Sendo traduzido)

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X - Regina Célia Pinto

Muito já foi dito por vocês e com muita sabedoria. Gostaria de encerrar então o debate com uma homenagem a psiquiatra brasileira Dra. Nise da Silveira que não se conformando com os tratamentos violentos usados nos hospitais psiquiátricos, encontrou na Arte uma Terapêutica Ocupacional para o tratamento do esquizofrênco.

Foi ela que fundou, em maio de 1946, o Serviço de Terapêutica Ocupacional no antigo Centro Psiquiátrico Nacional do Rio de Janeiro. Sendo que foi através das atividades artísticas como pintura, modelagem e xilogravura que surgiu em 1962 o Museu de Imagens do Inconsciente.

Do acervo do museu fazem parte atualmente cerca de 350 mil obras. No seu gênero ela é uma das maiores e mais diferenciadas coleções do mundo.

O reconhecimento do valor artístico do acervo vem de artistas e "experts" de várias regiões do mundo. Dando sempre ênfase ao valor científico, nos seus 54 anos de existência, o museu já realizou mais de 100 exposições no Brasil e no exterior. Sendo que em 1957, em Zurique, Jung, com quem a psiquiatra compartilhava idéias, visitou à mostra de pinturas do Museu de Imagens do Inconsciente.

A Dr. Nise da Silveira foi uma estudiosa dessa produção artística surgida no Serviço de Terapêutica Ocupacional e em seus vários livros nos mostra como essas imagens surgidas do inconsciente possuem uma estreita ligação com alguns mitos da criação:

"a irrupção da esquizofrenia é precedida por sonhos, medos, visões de fim de mundo, de destruição cósmica. E ao contrário, na saída do episódio esquizofrênico aparecem na produção psíquica temática e símbolos dos mitos de criação, na medida em que a consciência se reconstrói e a função do real volta a afirmar-se."

Em seu livro Imagens do Inconsciente a psiquiatra analisou algumas séries de obras de pacientes mentais e torna-se claro então o caminho percorrido por eles, as imagens revelam tudo, é realmente impressionante.

Acredito que o trabalho da Dra Nise da Silveira seja uma mensagem de esperança para os doentes mentais em relação ao modo como devem ser tratados.

Para terminar um trecho de canção "Terra" de Caetano Veloso:

"que a força mande coragem
pra gente te dar carinho
durante toda a viagem
que realizas no nada
através do qual carregas
o nome de tua carne
Terra
Terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria"

Com ela acrescento ao pensamento de David Daniels a imagem da Terra não como um Hospital Psiquiátrico, mas como a própria Nau dos Insensatos, nessa sua trajetória sem fim pelo espaço desconhecido...

Muito obrigada pela participação de todos.

A resenha continua, agora sobre os "Oulipoems" de Millie Niss.

   
 

   
 

3- "Orpheus" e "Oulipoems" (1)

por Regina Célia Pinto

 
Estou retornando à resenha colaborativa após merecido descanso e, como hoje é domingo, se vocês desejam boa diversão, dirijam-se à sala de jogos do Museu do Essencial e do Além Disso. Lá vocês encontrarão um "Orfeu" muito bem humorado:

"Orfeu e Eurídice levam a roupa para lavar
text de Joseph e Donna McElroy
Programação e Design de Millie Niss
Escrava: Martha L. Deed"

"Orpheus" é um jogo colaborativo, criação de Millie Niss, Joseph e Donna McElroy e Martha Deed. O jogo apresenta uma interface que reproduz a Cultura Grega de um modo nada clássico pois ela foi transportada para o mundo dos joguinhos digitais com o senso de humor característico de Niss. Atenção para a música! Contrariamente à maioria dos trabalhos da artista, esse não envolve texto (escrito) narrativo ou poético, mas diverte bastante!

Já a experiência com os "Oulipoems" é diferente e na minha opinião muito mais enriquecedora, pois eles são essencialmente Jogos de Linguagem. Foram inspirados no movimento literário Francês (http://www.oulipo.net/) do qual fazem parte Raymond Queneau, Jacques Roubaud, Italo Calvino e outros. O movimento usa uma combinação de Matemática e Poesia para gerar textos
utilizando-se restrições ou regras.

Creio que não sou a pessoa mais habilitada para comentar esses poemas quase jogos, pois minha língua nativa não é o Inglês, mas vou tentar fazer alguns comentários que talvez possam ser do interesse de vocês.

Os "Oulipoems" são seis: Sundays in the Park, Morningside Vector Space, No War, Head line News, Poogle e "The Electronic Muse". Pretendo comentar cada um deles.

I- "Sundays in the Park"


A expressão "Jogos de linguagem" segundo Wittgenstein é uma expressão que indica que as palavras só ganham sentido no seu uso efetivo, quando se aproximam por semelhanças, compondo fragmentos lingüísticos (relatos, cantigas, saudações, diálogos, etc.) e onde funcionam, como nos jogos, com regras próprias que determinam as práticas dos jogadores.

"Sundays in the park" é essa teoria posta em prática. O jogo poema tem a forma de um retângulo branco preenchido com nove linhas de palavras. Embaixo do retângulo podemos ler: clique nas palavras para destacar ilhas de sentido.

A primeira linha:

Is tart warren bagdah come cheap dyed four know we puns

Se clicamos "is tart warren" obtemos as seguintes ilhas de sentido:

Star war in > tarts wore in > tart swore in - tarts warren

A última linha:

Ah nice ream sundaes in the ark
ou
On ice cream sundays in the park (or sun day sin in the ark)

Ao mesmo tempo que isso tudo acontece, uma voz (ou serão duas?) repete as palavras do retângulo tornando o jogo poema também um poema sonoro. Também é interessante acrescentar que na interface poética são encontradas palavras tais como Bagdá e palestinos, o que lhe acrescenta ainda o sentido politico.
magino quanto tempo foi preciso para encontrar todas essas palavras e formar essas ilhas de sentido. É interessante também como até para quem não domina bem o Inglês o jogo poema convida e insiste e nos dá vontade de sempre clicar mais uma palavra para ver o que vai surgir. E nesse clicar existe sempre a esperança de se conseguir o "clique ideal" que faça com que as nove linhas do retângulo formem um texto com um sentido completo. E é isso que faz do poema um jogo, um desafio.

Tmabém é impossível deixar de comentar aqui o domínio da programação "action script" que Millie Niss tem que possuir para contruir esse poema jogo.

II- "Morningside Vector space"

Millie Niss explica:

"Morningside Heights" é o nome do bairro onde moro em New York. Esse bairro é descrito pelos textos do oulipoem "Morning side vector space". É uma mistura (pobre e rica) e tem uma universidade importante , a "Columbia University", onde estudei.

A interface desse segundo poema jogo lembra a planta baixa de um bairro: um retângulo maior, azul claro meio roxo, que contem um retângulo rosa e um quadrado menor, situado à direita. Nessa eça Niss fala sobre uma igreja - a "Episcopalian Cathedral of St. John the Divine". É o desenho que Millie Niss fez dessa igreja que pode ser visto dentro do quadrado citado anteriormente. É também na parte externa desse quadrado que se pode ler: em placas brancas: pretensiosa, simplista, sociológica, melodramática. É nelas que começa o jogo. Ao movermos o mouse sobre essas placas, o texto que se encontra no retângulo rosa se transforma de acordo com a legenda da placa que o mouse tocou, sendo que, se movemos o mouse sobre o quadrado o texto passa a pertencer a duas categorias simultaneamente. Exemplo: sociológica e pretensiosa.

Nesse poema jogo Millie Niss segue os "Exercices de Style" de Raymond Queneau, no qual ele conta a mesma história simples dezenove vezes, cada vez em um estilo diferente. A artista poeta ao mesmo tempo que mostra um ótimo conhecimento de Queneau, do movimento Oulipo e do ato de escrever, nos fornece informações sobre tudo isso de uma forma lúdica.


III- "No War"

"No War" é um poema sonoro e como o próprio nome sugere é a contribuição das artistas Niss e Deed aos muitos protestos contra a guerra do Iraque.

A imagem que serve de fundo ao poema revela uma paisagem escondida por um "muro-trincheira" de arame farpado onde se pode ler uma pichação cor de sangue: NO WAR. Semioticamente rica essa ilustração! Acredito que a maioria dos habitantes do Planeta Terra, mesmo que não entenda Inglês, ao visualisá-la vai perceber que se trata de um protesto e de um protesto
ligado à guerra. Ao passearmos o mouse sobre essa imagem, obtemos sons e, nesse caso eu creio que são mesmo duas vozes, das duas Autoras, que enunciam palavras, algumas posso compreender, outras não, mas acredito que todas sejam palavras relacionadas ao assunto Guerra. Também existem ruídos como
tiros ao fundo, sendo que quanto mais movimentamos o mouse, mais o ambientesonoro nos sugere o cenário da guerra, ou pelo menos eu sinto assim.

Apesar de não ter nada relacionado à guerra, o meu livro de artista eletrônico:" The Psychiatrist, the Net.Art - Web.Art and other stories" (2001 ) possui uma página que funciona como poesia sonora nesse mesmo estilo. Nela a interatividade com os pequenos botões vermelhos forma a música do ciberspaço ou a poesia sonora do ambiente Ciber.

IV - "Headline News"

Esse poema jogo ainda é um enigma para mim. Não consegui ainda decifrá-lo muito bem. Não consigo formar nenhuma manchete (Headline) que faça sentido. Talvez seja o meu Inglês não muito bom ou..., conhecendo o senso de humor de Millie Niss, talvez o objetivo seja esse mesmo... O melhor que pude fazer
até agora foi:

" Rapacious senators advocates illicitly for co conspirators dollars in hussein dinners",

o que não é reralmente muito bom porque advocates teria que perder o S para a concordância ficar certa. Além disso não há muito sentido nessa frase,exceto que mais uma vez o jogo-poema se torna político por causa das palavras oferecidas.

A base do jogo é um diagrama retangular dividido em 40 quadrados, cada quadrado com uma palavra dentro. Os lados dos quadrados que estão sobre o perímetro do retângulo formam triângulos equiláteros cinzentos (setas) que se situam fora do retângulo. Ao clicarmos nos triângulos ouve-se um ruído (muito bem escolhido!) que me sugere uma máquina de um cassino, embora eu nunca tenha ido a um cassino ! ;-). A cada clique as palavras mudam de lugar (scroll) e nos vem a esperança de formar uma manchete... Existem também a opção "scramble", que mistura todas as palalvras e então o desafio é voltar a estrutura inicial.

V- "Poggle"

Millie Niss me contou:

"Poggle foi uma adaptação de um jogo chamado "Boggle" onde criamos palavras a partir de letras em cubos de plástico. Eu usei fragmentos de poesias no lugar das letras, então eu o chamei de "Poggle" para "Poesia Boggle."

"Poggle" é um engenho - jogo para fazer poesia. Nós temos que escolher um quadrado para começar uma linha e para continuar o poema nós devemos clicar nos quadrados adjacentes ao quadrado escolhido. O desafio é que nós temos que escolher entre os oito quadrados adjacentes, aquele que melhor combina poeticamente com o primeiro quadrado. Temos que fazer isso durante um tempo determinado por uma ampulheta, a qual , certamente foi programada por Millie Niss. Não é fácil, principalmente para quem não possui um Inglês excelente como eu, por exemplo. Contudo é bem divertido e eu consegui fazer um poema do qual eu gostei:

"The sound of wind
playing the harmonica
the sound of wind
a seraphim running like lemon drops"

Sempre considerei Poesia alguma coisa que somente as pessoas talentosas - os Poetas - poderiam fazer. O "Poggle" de Millie Niss mostrou-me que talvez eu seja um poeta... ;-) he he he

6- "The Electronic Muse" (A Musa Eletrônica")

http://www.sporkworld.org/oulipoems/muse.html

Este é um surpreendente aparelho onde nós podemos criar poesia de acordo com os estilos de alguns poetas como: John Hollander, Dirk and Jane, Shakespeare, Anne Sexton, Harryette Mullen and Robert Browning. Para isso é necessário escolher um dos poetas, clicar no botão "Generate a line" (Gerar uma linha) . Essa linha aparecerá no retângulo branco com o estilo do poeta escolhido. Para construir um poema nós temos que experimentar. Cada clique no botão "Generate a line" fará aparecer uma outra linha no retângulo branco, se gostarmos podemos deixar a nova linha onde estiver, caso contrário podemos movê-la para outra posição, utilizando as setas. É interessante que podemos misturar estilos diversos, utilizando para cada nova linha uma opção de poeta. Não sei porque, não consegui adicionar novo vocabulário ao meu poema . Essa é uma das opções permitidas pelo jogo, ou pelo menos deveria ser, tentei diversas vezes mas nenhuma das palavras que digitei apareceu onde eu queria: substantivo singular, substantivo plural, adjetivo e advérbio. Não sei onde foi o meu erro. Apesar disso, admiro muito esse aparelho poético. Realmente muito bom!

Bem esse é o último poema - jogo que havia para analisar. Imagino que alguém que ainda não conhecia os "Oulipoems" de Millie Niss e Martha Deed tenha ficado surpreendido com a sua engenhosidade, do mesmo jeito que eu fiquei quando brinquei com eles pela primeira vez no ano passado (2004)

   
 

Muito obrigada Millie Niss e Martha Deed por aceitarem participar dessa resenha. Foi ótimo trabalhar com vocês. Sinceras congratulações pelo seu trabalho maravilhoso e pela sua engenhosidade.

Também muito obrigada a todos vocês que colaboraram com idéias ou somente lendo com interesse o que estava sendo discutido.

Rio de Janeiro, 24 de julho de 2005

Regina Célia Pinto