ARCO 2005
                                         JOESÉR ALVAREZ
 
   
 

Comentários de Joesér Alvarez


*Estou na Espanha já faz um mês. Aproveitando a saída de Sevilha, venho a Madrid ver a maior feira de arte contemporânea da Europa, a ARCO.


*Antes de ir a ARCO, passo no espaço cultural da
Telefônica para ver uma expo sobre o cubismo: diversos nomes do período, em principal Juan Gris. Rego Monteiro, mais parisiense que brasileiro também está lá. É um dos meus preferidos.


*No espaço arte/ciência, vídeos e instalações
interessantes. Perco meia hora tentando decifrar a
"Esfinge" de Dora Garcia, um game em Flash ou
Director, creio. Depois de trocentas tentativas, lá pela 40ª pergunta desisto, e a esfinge me devora. Me atiro no abismo da rua.


*Chegar na ARCO pelo metrô não foi difícil. Mais
difícil foi encontrar os pavilhões, já que também
ocorre uma feira de moda em paralelo.


*A entrada: 19 euros (estudante). Um guarda na catraca quer me fazer deixar a mochila que carrego. Argumento que nao é mochila, mas uma bolsa. Entro. A fila estava grande.


*Escolhi o lado esquerdo para visitar. A feira é um
mercado. Tem de tudo e pra todos os gostos.Os preços são muito democráticos: estão todos nas nuvens.

*Tem colecionista pra tudo que é lado. Estudantes, aficcionados, etc...e como tem mulheres bonitas...não...bonitas é pouco...lindas...bem vestidas ou hipongas...parece um desfile de modelos européias...talvez porque ao lado tem aquela feira de moda.


*Conclusão simples...as mulheres são a verdadeira obra de arte dessa feira, louras, morenas, ruivas, corpos esculturais, tatoos aqui e ali,e aquele perfume kenzo no ar...hmmm


*A ARCO é uma feira da transgressão...é tanta
transgressão e nonsense que dá pra deixar qualquer um enfastiado...isso porque ainda não vi nem metade.


*Transgressão, transgressão...quanto mais transgressão a grana rola...tem algo errado com a transgressão...!?


*Salvo pela new media: cansado de tanta variedade visual, reencontro a "Esfinge" de Dora Garcia, que também está online

(http://www.museoph.org/MuseoPatioHerreriano/).

Nessa, o nº de perguntas é menor e, em duas tentativas finalizo o game. Deixo-a ao abismo do público.


*Começo a prestar mais atenção nos videos-arte, já não estou mais aguentando ver telas, esculturas e instalações...


*Encontro um refúgio...é a "black box" um setor de uns 20X20m feito exclusivamente para a arte
digital...cada sala em 3X4, para 2 ou 3 lugares
sentados, forrados de pano preto e vídeo-projeções rolando.


* Com tanta variedade e o tamanho do que há ainda pra ser visto, difícil é encontrar algo cativante...mesmo entre as vídeo-projeções. Destaque para os vídeos do Bigas Luna, que eu já conhecia e um ou outro, aqui e ali. Muito nonsense também.


*Destaque para PaCo - poeta de rua, um robô feito com material reciclado e um dos premiados no Concurso VIDA 7.0 (http://www.fundacion.telefonica.com/), feito por um aluno da Universidade Politécnica de Madrid e que movimenta-se através de uma cadeira de rodas.

*PaCo fica cercado a feira inteira por curiosos, pois sacode uma caixinha, como que pedindo uma moeda, a qual, depositada, dá origem a récita de um poema em voz eletrônica e sua impressão instantânea em papel.


*Paguei 0,5 cents de euro pelo meu, de nº 210.9982, que diz:


"el guiño es órfico
el entrañamiento es apático
al ánodo es antipalúdico
el ananá es alérgico."


*Muito engraçado. Hilário mesmo. Bastante curioso. Dá pena de ver, aquele ser metálico em cadeira de rodas pedindo uma esmola por um poema...


"PaCo" quer dizer:Poeta Automático Callejero
Online. PaCo também tem um site:


http://www.isys.dia.fi.upm.es/PaCo.


*Passei 6 horas dentro da feira, e não vi a metade
ainda.Volto na segunda, ultimo dia. Deixo o domingo pra ver uma mostra de new media no espaço cultural "Conde Duque" e no Museu Reina Sofía.


*Hasta la vista...

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"a dúvida é a última que morre (ou não)"

joesér alvarez
http://geocities.yahoo.com.br/coletivomadeirista/

 
Joesér Alvarez Comments

 

*It has already been a month that I am in Spain / Seville. Leaving Seville I come to Madrid to visit the biggest Europe contemporary art fair: ARCO.


*Before ARCO, I stop at the Telephonic's Cultural Space to watch a Cubist expo: several names of theat period, mainly Juan Gris. Rego Monteiro, more parisian than Brazilian also is there. It is one of my preferred.


*At the art / science space, interesting videos and instalations. I lose half hour trying to decipher the "Sphinx" by Dora Garcia, a game in Flash or
Director, I believe. After three hundred attempts, by the 40th question I give up, and the sphinx devours me. I shoot me in the abyss of the street.


*To arrive at ARCO by subway is not difficult. More difficult is to find the pavilions, because there is also a fashion fair in parallel.


*The entrance: 19 euros (student). A guard in the ratchet wants that I leave the backpack which I load, with him. I argument that it is not a backpack, but a purse. I come in. The line was great.


*I chose the left side to visit. The fair is a
market. There is everything there and for all kind of tastes. The prices are very democratic: they are all in the clouds.


*There are collectors everywhere. Students, art lovers, etc...and there are pretty women...no...pretty is little...very very pretty...very well dressed or hippies...it seems an European models parade...perhaps because of that fashion fair in parallel.


*simple conclusion...the women are the true work of art of the fair, blondes, brunettes, red-haired, sculptural bodies, tatoos here and there, and a kenzo perfume in the air...hmmm


* ARCO is a transgression fair...it is so much
transgression and nonsense that lets anyone bored...it is because I did not see neither half.


*Transgression, transgression... Arco is a
transgression and nonsense Fair. The quantity of
transgression seems to be related to the quantity of money. It has something wrong with the transgression...!?


*Safe by the new media: tired of so much visual variety, I meet again the Dora Garcia's "Sphinx", which also is online at:

(http://www.museoph.org/MuseoPatioHerreriano/).

In this version, the number of questions is smaller and, in two attempts I conclude the game. I leave her for the public's abyss.


*I begin to pay more attention to the video-art, I am really tired of canvas, sculptures and instalations...


*I find a refuge...it is the "black box", a more less 20X20m sector, done exclusively for the digital art ...each room has 3X4, and 2 or 3 places to
sat down, covered of black cloth, there we watch video-projections all time.


* There is much variety and many pieces for be seen, difficult is to find something captivating...even among video-projections. Highlight for the videos of Bigas Luna, who I already knew and one or another, here and there. Much nonsense as well.


*Highlight for Paco - street poet, a robot done with recycled material and one of the awarded in LIFE Contest 7.0 (http://www.fundacion.telefonica.com/), done by a student of the Polytechnic University of Madrid. Paco moves through a wheel chair.

* Curious people enclosure PaCo the whole fair , because he shakes a box, it seems that he is asking for a coin, for each one that deposites a coin, PaCo recites a poem with his electronic voice. That poem is printed on paper imediately.


*I paid 0,5 cents of euro by mine, number 210.9982, which tells:

"el guiño es órfico
el entrañamiento es apático
al ánodo es antipalúdico
el ananá es alérgico."

*Very very funny. Also Very curious. I feel pity of seing that metallic being on his wheel chair asking a coin for a poem...


"PaCo" means: Poeta Automático Callejero
Online. Paco also has a site:

http://www.isys.dia.fi.upm.es/PaCo.


*I spent 6 hours inside the fair, and I did not see half of it. I will return Monday, the last day. I let Sunday for visit a new exhibition at the cultural space "Duque Conde" and at the Queen Sofia Museum.

*Hasta La vista ...

"the doubt is the last that dies (or not)"

joesér alvarez
http://geocities.yahoo.com.br/coletivomadeirista/

 

Isabel Saiji' s reponse:

I saw the pictures made by Joesér during the art fair. I noticed the confirmation of a (re)current trend: figurative painting.
Just something that does exist since centuries!
Photography shawn in art fairs is quite similar: mainly photos of people.

Joesér mentioned "transgression".
Recently news papers, magasines wrote very critical articles on the subject "contemporary art".
In the german "Der Spiegel" about an exhibition called "RAF" (a german group of terrorists in
the 70' and 80'):

"So is art. What you see is not what it is. That's why it has to be explained.
Shouldn't it be explained, it would probably not be art."


In the french "Marianne" about the theatre piece of Jan Fabre "The Crying body".
The article denounces the strategy of artists: provocation to be known.
Advantage of provocation is to avoid any discussion about the artwork itself.
Consequence for the artwork: there is no sense in it.

 
     
 
 
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